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SALUBA,
NANÃ!
Nanã.
A mais velha das orixas cujos elementos são a terra e a água. A senhora das
águas turvas e da lama. É quem reconduz as almas ao terreno do astral. Senhora
do reino da morte, é ela que possibilita o acesso ao território desconhecido e
é através dela que as almas são modificadas para nascerem novamente. É nossa
mãe/avó que adormece o espírito que irá encarnar para ser reduzido ao tamanho
do feto. Adormece sua memória preparando-o para uma nova vida na carne. Saluba
Nanã!
Por Tatiana Tiburcio
Das
águas turvas do rio uma mãe recorre à outra pelo seu filho para que seja gerado
novamente – enquanto todos se esquecem dele – e ressurja limpo de corpo e de
alma. A mesma água que traz a fé de volta a vida dessa mãe desesperada através
do terço vermelho colocado em suas mãos pela calmaria da água que invade e
purifica sua casa física e espiritual. Água de Nanã que prepara e de Oxum que
gera. Água que batiza que consagra que regenera. Água que gera vida e vida que
surge pelo amor. O amor invocado no último suspiro, o amor de uma mãe que desce
ao inferno para buscar seu filho, o amor que reconstrói e restitui aquilo que a
paixão perverteu. O bem esta em festa! O amor venceu! A vida prevaleceu!
Como
um Malcon X em sua aparência e fala, nosso herói renasce para um novo pensar,
um novo viver porque agora esta forte no seu discurso cheio de identidade.
Claiton encontrou seu lugar nos seus. Entendeu que só existe individualidade a
partir do todo e com o todo. Ninguém vai determinar seu lugar no mundo, pois
seu lugar é o mundo e o mundo somos todos nós. Todos nós porque em um movimento
espiralar – por que crescente – estamos ligados e dependentes como um só
organismo. Não tem de haver subjugo, não cabe opressão, superioridade, afinal,
“quem é puro? Quem é misturado? Quem tem saúde? Quem é o enfermo? Quem é bom?
Quem é o mal? Quem nos dita as regras? Quem nos diz: você cai, você vinga? Não
há testemunha tão terrível quanto a consciência que mora no coração de cada
homem”. É essa consciência o fio condutor, o canal de comunicação com o divino
que nos orienta, nos conduz pelo caminho da verdade e da vida e que só ela é
capaz de ser o juiz justo das nossas ações. A credora da qual ninguém consegue
fugir e a quem ninguém consegue enganar. Mas também a única capaz de tudo
redimir porque é quem abre espaço para o perdão, a esperança, a fé, o amor. O
mesmo amor que chama na porta de forma singela no meio da noite iluminando os
passos de quem caminha em sua estrada. De quem sabe que é preciso confiar para
se chegar lá. Onde quer que seja.
Claiton
esta de novo de pé, parado na porta do paraíso, mas dessa vez esta limpo de
corpo e alma. Pronto para renascer agora pelas águas desse amor. Águas turvas
de Nanã presente na pequena poça à porta do paraíso pela qual ele encontra
caminho para vir à vida. Vida que aflora agora com consentimento, desejo
compartilhado, nos braços de quem se ama e porque se ama. Tornando dois corpos
em um numa mesma sinfonia. Sim! É preciso que se diga! É desejado dizer!
E
até breve. Num doce abraço, num terno sorriso, em um conselho amigo, em um
obrigado por tudo, em um beijo carinhoso, na união e na amizade de
desconhecidos, hoje amigos, unidos pelo único sentimento capaz de dar sentido a
tudo mais que existe e sem o qual nada é possível: o amor...
“É
só o amor que conhece o que é verdade”
Renato
Russo
4 comentários:
Nascer; renascer; recomeçar...assim a vida nos permite para que possamos nos reencontar, entender o que é amar,compreender nossa missão e ganhar paz no coração!
Assim como o rio, temos que seguir o curso, sempre em frente, com a força de uma cachoeira e a serenidade de um riacho, não há como voltar, apenas se renovar, prosseguir porque isso é existir.
Ana Kariny Gurgel
Amada !
Emocionante a história que vivemos ano passado! Quanto aprendizado! Como saio desse encontro mais rica como ser humano! Que história linda e verdadeira contamos e certamente, como contribuímos para reflexões e encorajamentos ... Esse poema abaixo traduz bem o que importa nessa vida... Na ficção e na realidade vivida ...
Sinta-se muito beijada, Tati!
Com todo meu respeito e admiração !
Kenya Costta
As noites escuras sempre se rendem ao sol da vitória
Onde existe desafio, há avanço.
Onde existe desafio, há esperança.
Onde existe desafio, há alegria.
Onde existe desafio, há felicidade.
Onde existe desafio, há vitória.
Todos os seres deste grandioso universo
vivem num contínuo desafio individual.
A flor luta desesperadamente para
romper a densa neve e revelar o novo broto;
A onda se lança seguidamente
contra o rochedo para desgastá-lo e moldá-lo;
O sol todo dia rasga a escuridão da madrugada
para seu bailar radiante.
Observados ou não,
Em silêncio, com forte perseverança, Todos prosseguem
Na repetição do árduo esforço,
Determinados a cumprir sua missão.
Viver significa
Desafio! Desafio! Desafio!
Nosso desafio é:
Ensinar o caminho da felicidade Àquele amigo e a este,
Para edificar a prosperidade, A paz a todas as pessoas!
E nos levantarmos resolutos no grande solo
Onde a tempestade do destino se exalta.
Vença nesses desafios e comprove
A grande força inerente ao ser humano!
Para viver uma existência da mais Suprema satisfação e alegria
Em que exclame altivo “Eu sou absolutamente feliz!” Eu avanço!
Porque meu pequeno passo de hoje, Sem falta, algum dia,
Se transformará num majestoso caminho!
Eu não serei derrotado!
Porque mesmo as noites Escuras de nevascas Sem falta, amanhã, se renderão
Ao despontar do sol da vitória!
Daisaku Ikeda
Bjks, Kenya Costta
Dramaturgia de qualidade, de alto nível. Negra, sim. Sem estereótipos. Lúdica, sincera. Como se não bastasse a beleza do seriado, ainda pudemos contar na internet com esse "sub-produto": textos lindos, sinceros e de uma análise profunda.
Parabéns. A todos. A todos nós, brasileiros.
Tatiana, que os orixás continuem iluminando seus caminhos.
Luiz Antonio
Parabéns, Tatiana!
Tenho gostado muito de seus textos.
Um abraço.
Cuti
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