sexta-feira, 4 de outubro de 2013

Flávia Souza superou acidente e fundou um grupo de dança

Depois de um grave acidente de moto, bailarina criou o Grupo Cultural Afrolaje, que dissemnina danças e costumes afro-brasileiros
http://multishow.globo.com/Faca--Danca/Noticias/Flavia-Souza-superou-acidente-e-fundou-um-grupo-de-danca.shtml

segunda-feira, 28 de janeiro de 2013


O BOM DA VIDA É SER FELIZ!

por Tatiana Tiburcio

Estava vendo um filme a pouco onde o personagem principal vivia intensamente tudo o que se pode ter da vida de bom e de ruim até no final pegar uma doença por conta de todos os excessos a que se expôs e morrer. É isso. Ponto. Tirando o lirismo e a glamorização da falta de limites, a história se resume a isso. E tudo em nome da tal felicidade. Daí me pego pensando no que seria felicidade... A gente passa a vida fazendo tudo o que pode de certo e errado – pois afinal, o que é o certo e errado? – em nome da tal felicidade e não percebemos que ela na maioria das vezes estava bem ali, ao nosso lado, ao nosso alcance, e a gente deixou passar. Deixou passar por egoísmo, por crueldade consigo e com o próximo, por burrice, ou simplesmente porque estávamos tão desesperados por encontrá-la que não percebemos a sua presença. E muitas das vezes só nos damos conta disso quando chegamos ao fundo do poço, ou quando ela vai embora e a gente percebe que esteve o tempo todo procurando algo que já estava ali.
Em nome da tal felicidade fazemos tanta merda, metemos tanto os pés pelas mãos, passamos por cima dos que nos cercam, passamos por cima de nós mesmos e no final das contas, quase sempre voltamos ao ponto de partida para concluirmos que éramos felizes e não sabíamos. Ou que na verdade o que buscávamos não estava no caminho que a paixão nos conduziu. Sim, porque essa procura desenfreada por essa tal felicidade é quase sempre conduzida pela paixão. Sentimento intenso, porém fugaz que nos arrebata, cega e domina, para depois nos deixar perdidos e vazios. Como uma amante de Renoir que nos leva ao delírio para depois nos abandonar dizendo: “por quem me tomas? Apresentei-me como amante e como tal, passo!”. E passa. Porque tudo na vida passa. Até a angustia da necessidade de encontrar essa tal felicidade. Passa. 

Porque acreditamos que temos que ir o mais fundo possível pra podermos dizer que vivemos? Não que ir fundo não seja bom e necessário muitas das vezes, mas a regra não é essa porque não existe regra. E se existisse seria apenas: seja feliz! Seja feliz a cada dia, nas pequenas coisas do dia a dia que só valorizamos depois que chafurdamos na lama do egoísmo. Será que é preciso perder a vida ou estar em risco de perdê-la para que possamos dizer fui feliz porque vivi? Viver é autodestruição ou conhecimento e crescimento?

Às vezes penso que para encontrarmos a felicidade, basta viver com amor. Por mais careta e piegas que possa parecer, viver com amor. Esse amor que nos faz olhar a volta e não apenas para o próprio umbigo. Um amor amplo, geral, irrestrito que afugenta o egoísmo e dá lugar ao compartilhar. Daí, tudo se pode alcançar!

Em todas as doutrinas que propõem um reli gare com a força maior a regra máxima para ser feliz é amar. Porque o amor conecta, amplia, multiplica. Quando na busca dessa tal felicidade percebemos que não estamos ampliando e multiplicando, mas dividindo, quebrando, destruindo então estamos no caminho errado com toda certeza porque não estamos sendo guiados pelo amor, mas pela paixão.
Não sei, mas prefiro acreditar que ser feliz – como alguém me ensinou um dia, mas também se esqueceu na busca por essa tal felicidade – é doar, entender, é fazer o outro melhor, é fazer-se um pouco melhor, porque a vida é um hino de amor que sempre vale muito mais a pena entoar... 


sexta-feira, 11 de janeiro de 2013

ÚLTIMO CAPÍTULO DE SUBÚRBIA 

http://www.tabonitobrasil.com/assistir-suburbia-20122012-video-ultimo-episodio-8-completo-online/




SALUBA, NANÃ!
Nanã. A mais velha das orixas cujos elementos são a terra e a água. A senhora das águas turvas e da lama. É quem reconduz as almas ao terreno do astral. Senhora do reino da morte, é ela que possibilita o acesso ao território desconhecido e é através dela que as almas são modificadas para nascerem novamente. É nossa mãe/avó que adormece o espírito que irá encarnar para ser reduzido ao tamanho do feto. Adormece sua memória preparando-o para uma nova vida na carne. Saluba Nanã!


Por Tatiana Tiburcio

Das águas turvas do rio uma mãe recorre à outra pelo seu filho para que seja gerado novamente – enquanto todos se esquecem dele – e ressurja limpo de corpo e de alma. A mesma água que traz a fé de volta a vida dessa mãe desesperada através do terço vermelho colocado em suas mãos pela calmaria da água que invade e purifica sua casa física e espiritual. Água de Nanã que prepara e de Oxum que gera. Água que batiza que consagra que regenera. Água que gera vida e vida que surge pelo amor. O amor invocado no último suspiro, o amor de uma mãe que desce ao inferno para buscar seu filho, o amor que reconstrói e restitui aquilo que a paixão perverteu. O bem esta em festa! O amor venceu! A vida prevaleceu!
Como um Malcon X em sua aparência e fala, nosso herói renasce para um novo pensar, um novo viver porque agora esta forte no seu discurso cheio de identidade. Claiton encontrou seu lugar nos seus. Entendeu que só existe individualidade a partir do todo e com o todo. Ninguém vai determinar seu lugar no mundo, pois seu lugar é o mundo e o mundo somos todos nós. Todos nós porque em um movimento espiralar – por que crescente – estamos ligados e dependentes como um só organismo. Não tem de haver subjugo, não cabe opressão, superioridade, afinal, “quem é puro? Quem é misturado? Quem tem saúde? Quem é o enfermo? Quem é bom? Quem é o mal? Quem nos dita as regras? Quem nos diz: você cai, você vinga? Não há testemunha tão terrível quanto a consciência que mora no coração de cada homem”. É essa consciência o fio condutor, o canal de comunicação com o divino que nos orienta, nos conduz pelo caminho da verdade e da vida e que só ela é capaz de ser o juiz justo das nossas ações. A credora da qual ninguém consegue fugir e a quem ninguém consegue enganar. Mas também a única capaz de tudo redimir porque é quem abre espaço para o perdão, a esperança, a fé, o amor. O mesmo amor que chama na porta de forma singela no meio da noite iluminando os passos de quem caminha em sua estrada. De quem sabe que é preciso confiar para se chegar lá. Onde quer que seja.
Claiton esta de novo de pé, parado na porta do paraíso, mas dessa vez esta limpo de corpo e alma. Pronto para renascer agora pelas águas desse amor. Águas turvas de Nanã presente na pequena poça à porta do paraíso pela qual ele encontra caminho para vir à vida. Vida que aflora agora com consentimento, desejo compartilhado, nos braços de quem se ama e porque se ama. Tornando dois corpos em um numa mesma sinfonia. Sim! É preciso que se diga! É desejado dizer!
E até breve. Num doce abraço, num terno sorriso, em um conselho amigo, em um obrigado por tudo, em um beijo carinhoso, na união e na amizade de desconhecidos, hoje amigos, unidos pelo único sentimento capaz de dar sentido a tudo mais que existe e sem o qual nada é possível: o amor...


“É só o amor que conhece o que é verdade”
Renato Russo

quinta-feira, 10 de janeiro de 2013

CAPÍTULO 7 - SUBURBIA

http://www.tabonitobrasil.com/assistir-suburbia-13122012-video-episodio-7-completo-online/




O que a vida quer da gente é coragem!
Grande Sertão Veredas, Guimarães Rosa


PorTatiana Tiburcio


Não há possibilidade de flertar com o mal e sair impune. Nem com o bem. Todos temos os dois lados dentro de si na mesma medida. O grande desafio do ser humano é saber equilibrar essa balança e é isso que tentamos durante toda nossa caminhada e que chamamos VIVER!
Do alto do monte para o qual Claiton foi levado para contemplar toda a ilusão de poder e prazer, ele se dá conta do que deixou pra trás: amigos verdadeiros, uma família verdadeira porque carregada de diversidades, qualidades e imperfeições que se equilibram na medida certa ofertada pelo amor; ele deixou um amor verdadeiro. Verdadeiro porque companheiro, amigo, guerreiro, sofrido, feliz. Deixou tudo isso pela paixão. Esse sentimento que provoca deleite e perdição. Que nos dá força para vingar, matar física e espiritualmente, para ir fundo na empolgação de que se esta finalmente desabrochando pra vida quando na verdade se afasta dela que com as mãos sempre estendidas tenta lhe trazer a razão. A paixão sempre foi a pior conselheira. A paixão pelo outro, pela vingança, pelo poder...  a paixão. Ela cega, seduz, engana e depois descortina a verdade provocando horror e perda àquele que seduziu. E não adianta tentar chamar a razão, pois no momento da embriaguez os valores são outros, a lógica se inverte, e tudo o que se apresenta como contrário a ilusão, é rebatido com o desespero da sedução. É como uma droga que no primeiro instante é só prazer e felicidade, mas quando o efeito passa tudo o que você faz é usar cada vez mais tentando repetir aquela mesma sensação que nunca será igual novamente e assim vai se perdendo e afundando mais e mais. Pior do que se entregar a paixão é tentar sair dela, porque como um agiota ela lhe cobra muito caro por todo prazer momentâneo proporcionado. É um corte na carne, profundo, que cria cicatrizes das quais nunca se vai esquecer e que em alguma medida sempre vai doer.
Mas assim como o mal não deixa de nos cercar, o bem não deixa de nos proteger. É justamente a união da família pelo aniversário do patriarca, na comemoração da vida, que a morte se faz necessária para o renascimento. Quando todos os poderes se unem através do rito e da tradição que evoca pela procissão e pelos tambores sagrados a abertura dos caminhos, inundando as ruas por onde passa de ancestralidade e juventude. Passado e presente convocados para a celebração e resgate da vida que nunca termina, mas que se renova em um novo ciclo maior e cada vez mais forte.
Nosso herói busca o retorno quando se conscientiza que escolheu o caminho mais fácil. Quando se aproxima de novo de tudo que perdeu e percebe como está sujo de corpo e de alma.
É preciso se limpar, se purificar, é preciso morrer pra nascer de novo, voltar e continuar seguindo. E o demônio vem sorridente de Armani cobrar sua dívida e levar de volta tudo aquilo que deu porque a ele foi entregue e este dá a quem quiser.

O sol há de brilhar mais uma vez, a luz há de chegar aos corações.
Do mal será queimada a semente, o amor, será eterno novamente
Nelson Cavaquinho


terça-feira, 11 de dezembro de 2012


“Tú é mermo é quem se mata”
por Tatiana Tibucio


 Dar-te-ei todo esse poder
E a sua satisfação
Porque a mim me foi entregue
E dou-o a quem bem quiser.
Dou-te tempo de lazer
Dou-te tempo de mulher.
Portanto, tudo o que vês
Será teu se me adorares
E, ainda mais, se abandonares
O que te faz dizer não.

Trecho de “Operário em construção” de Vinicius de Moraes


Claiton abandonou o que o fazia dizer não. É muito difícil olhar para a luz quando o véu da perdição já cobriu nossos olhos. Vivemos no eterno limiar entre o que é certo e o que é errado. O que é certo e o que é errado? A vida se apresenta como uma eterna encruzilhada cheia de possibilidades sedutoras prontas para saciar nosso ego, nossa vaidade, nossa consciência, nossa soberba, nosso orgulho, nossa caridade, nosso amor, nosso ódio, nossa vingança, nosso perdão. Que caminho seguir? O caminho que sacia os nossos instintos ou o que sacia a nossa razão? Nem um nem outro. Achar o equilíbrio entre os dois pólos é que se torna o desafio de viver. Abandonar uma parte da vida porque esta não mais te completa é fácil. Essa é a escolha dos fracos e/ou dos covardes. Reinventar o desejo, o amor, o prazer, a felicidade, dentro da mesma realidade é que é o verdadeiro desafio de viver.

Exu veio pra desestabilizar a harmonia possibilitando assim o crescimento e a mudança. A vida sempre nos apresenta e nos impõe o momento de sermos fênix. De ressurgirmos das cinzas para o novo e melhor e nem sempre esse novo é outro diferente do que se tem agora. Ressurgindo do fogo do sol que brilha atrás de si; vestido e armado com as armas da vingança, Claiton se entrega a sua suposta missão, agora realizada, de vingar o irmão saciando seus desejos mais egoístas em detrimento a todo o bem que se lhe apresentava de bom grado. Porém, nascem do fogo também com ele todas as conseqüências de sua escolha. Ah que insaciável e contraditório é o ser humano que esta sempre em busca de mais mesmo que não seja necessário! No entanto, é preciso que às vezes mergulhemos no mais obscuro de nós mesmos para que possamos ver o quão maravilhoso é o brilho do caminho bom. Precisamos do momento de chafurdar na lama, em meio aos porcos, ao lixo, a podridão para enxergamos o bom, o belo que a vida nos apresenta e que muitas vezes estamos impossibilitados de ver, cegos pelos nossos desejos egoístas oriundos do medo, da insegurança, da inveja, da covardia, de tudo aquilo que, junto com todas as qualidades, nos faz humanos.

Podemos dizer que a palavra que define este capítulo seria RENASCIMENTO. É o que começa a acontecer em todo o universo de SUBURBIA. Margarida também esta acordando. Mergulhada que já estava no seu inferno particular, ela começa a acordar impulsionada pelo sentimento que mesmo pequeno frágil e delicado, talvez seja o mais grandioso e poderoso que podemos carregar dentro de nós: o amor. Este estranho e complexo sentimento manifesto de forma tão plural. Neste caso o amor de mãe. A urgência deste sentimento começa a puxá-la para fora do lado sombrio em que se encontra. Margarida esta despertando! Como a música de Pai Aloysio que renasce através de seu trombone, do fundo do armário, acorda toda a casa e desperta Moacyr da preguiça que lhe define em prol da felicidade do pai, ou as mais delicadas lembranças de Vera mostrando o poder deste frágil sentimento chamado amor que precisa ser cultivado periodicamente nos pequenos gestos e nas eternas memórias para continuar vivendo e fazendo viver. Reinventá-lo a cada instante é desafio apenas para os fortes. Quem se habilita?

“A vida é um hino de amor”
Casemiro de Abreu

sábado, 8 de dezembro de 2012

quinta-feira, 6 de dezembro de 2012


“A vingança será a dor mais feliz!


                                                                                    por Tatiana Tiburcio

Parado diante da porta do paraíso, sujo, transtornado, sendo puxado para trás e para baixo por uma força que turva seus sentidos e sua alma. Uma voz boa o chama de dentro do paraíso. Ele atende e entra. Mas sua presença carregada maculou este lugar com seu ato anteriormente insano. Os protetores tentam castigá-lo, mas o amor o sentencia a uma segunda chance, porém sozinho. Sai! E correndo, ele se entrega na doce ilusão do lado perverso de todo ser humano confundido pelo aparente desejo de justiça. Das águas correntes que dão a vida ele se lava e renasce, porém para o lado mais sombrio do ser humano. Claiton perdeu a batalha!

Dessa forma se resume o quinto capítulo para mim. O lado bom perdeu o round para o lado sombrio. Fraco esse ser humano que se acha tão poderoso diante da existência! Esse existir que antecede a própria existência do individuo e que independente desta continuará seguindo! O trem da vida não para! Segue pelos trilhos do tempo, constante, impassível e a única coisa que podemos fazer a respeito é decidir em que momento queremos ou devemos descer e qual vagão queremos ou devemos pegar. Mas o que passou, passou. E não volta atrás. Mas passa de novo por um movimento espiralar de crescimento em um ponto parecido, mais a frente, nos dando a oportunidade de, não corrigir o passado, mas fazer melhor para o próximo passo. O trem nunca sai dos trilhos, nós é que às vezes entramos no vagão inadequado. 


E é no limite que separa o dia da noite que Claiton escolhe o vagão errado seguindo em um caminho que o leva para um “outro lado” dele mesmo. Que o leva ao encontro de tudo aquilo que ele rejeitou até agora, mas que sempre o atraiu. Rompeu com a única proteção capaz de mantê-lo a salvo deste lado sombrio: o amor de Conceição. Um amor que vai além da relação homem e mulher. Um amor que se multiplica porque tem raízes que se fortalecem no mais profundo do nosso passado, da nossa história, e cresce majestoso para o infinito pelas folhas da copa dessa arvore genealógica refletida no espelho da vida que passa de mão em mão mostrando as gerações e seus frutos desde Mãe Bia e Pai Aloisyo até Conceição, o mais novo membro da família.


Mas Claiton parou diante da porta do paraíso. Como no sonho de Dante, ele desceu na estação inferno. E mergulha doce e sereno nos braços da perdição. No entanto uma perdição aparentemente necessária, porque às vezes precisamos ir ao mais fundo possível. Quanto mais perto o corpo do chão, maior será o impulso pra sair dele. Está exposto entregue nas mãos de um destino traçado pelo ódio, pela vingança, pela dor, pela exclusão, pela falta de base, de raiz, de história, tradição. Um conjunto de referencias que lhe confeririam força o suficiente para se manter reto, crente e inteiro para seguir pelos trilhos da vida escolhendo os vagões mais acertados desta locomotiva porque assim ele não seria um, mas um a partir do todo. De todos. Conceição tenta chamá-lo a luz da razão, aos gritos. Mas este já esta entregue. Esta renascendo na água da bica, da chuva; esta entregue sem escolha, sem refúgio num mergulho no mais profundo da sua escuridão. Aceita os subterfúgios que lhe cabem sem precisar mentir . Ultrapassa uma barreira que o amor de Conceição não pode mais alcançá-lo e protegê-lo. Claiton renasceu para o seu inferno pessoal e agora só cabe a ele caminhar por esta perdição até encontrar novamente o equilíbrio.



“Se o sonho finge muros pelas planícies do tempo, 

faz-lhe o tempo acreditar que nasce naquele instante”.


Federico Garcia Lorca