quinta-feira, 10 de janeiro de 2013

CAPÍTULO 7 - SUBURBIA

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O que a vida quer da gente é coragem!
Grande Sertão Veredas, Guimarães Rosa


PorTatiana Tiburcio


Não há possibilidade de flertar com o mal e sair impune. Nem com o bem. Todos temos os dois lados dentro de si na mesma medida. O grande desafio do ser humano é saber equilibrar essa balança e é isso que tentamos durante toda nossa caminhada e que chamamos VIVER!
Do alto do monte para o qual Claiton foi levado para contemplar toda a ilusão de poder e prazer, ele se dá conta do que deixou pra trás: amigos verdadeiros, uma família verdadeira porque carregada de diversidades, qualidades e imperfeições que se equilibram na medida certa ofertada pelo amor; ele deixou um amor verdadeiro. Verdadeiro porque companheiro, amigo, guerreiro, sofrido, feliz. Deixou tudo isso pela paixão. Esse sentimento que provoca deleite e perdição. Que nos dá força para vingar, matar física e espiritualmente, para ir fundo na empolgação de que se esta finalmente desabrochando pra vida quando na verdade se afasta dela que com as mãos sempre estendidas tenta lhe trazer a razão. A paixão sempre foi a pior conselheira. A paixão pelo outro, pela vingança, pelo poder...  a paixão. Ela cega, seduz, engana e depois descortina a verdade provocando horror e perda àquele que seduziu. E não adianta tentar chamar a razão, pois no momento da embriaguez os valores são outros, a lógica se inverte, e tudo o que se apresenta como contrário a ilusão, é rebatido com o desespero da sedução. É como uma droga que no primeiro instante é só prazer e felicidade, mas quando o efeito passa tudo o que você faz é usar cada vez mais tentando repetir aquela mesma sensação que nunca será igual novamente e assim vai se perdendo e afundando mais e mais. Pior do que se entregar a paixão é tentar sair dela, porque como um agiota ela lhe cobra muito caro por todo prazer momentâneo proporcionado. É um corte na carne, profundo, que cria cicatrizes das quais nunca se vai esquecer e que em alguma medida sempre vai doer.
Mas assim como o mal não deixa de nos cercar, o bem não deixa de nos proteger. É justamente a união da família pelo aniversário do patriarca, na comemoração da vida, que a morte se faz necessária para o renascimento. Quando todos os poderes se unem através do rito e da tradição que evoca pela procissão e pelos tambores sagrados a abertura dos caminhos, inundando as ruas por onde passa de ancestralidade e juventude. Passado e presente convocados para a celebração e resgate da vida que nunca termina, mas que se renova em um novo ciclo maior e cada vez mais forte.
Nosso herói busca o retorno quando se conscientiza que escolheu o caminho mais fácil. Quando se aproxima de novo de tudo que perdeu e percebe como está sujo de corpo e de alma.
É preciso se limpar, se purificar, é preciso morrer pra nascer de novo, voltar e continuar seguindo. E o demônio vem sorridente de Armani cobrar sua dívida e levar de volta tudo aquilo que deu porque a ele foi entregue e este dá a quem quiser.

O sol há de brilhar mais uma vez, a luz há de chegar aos corações.
Do mal será queimada a semente, o amor, será eterno novamente
Nelson Cavaquinho


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