CAPÍTULO 7 - SUBURBIA
http://www.tabonitobrasil.com/assistir-suburbia-13122012-video-episodio-7-completo-online/
O que a vida quer da gente é coragem!
Grande Sertão Veredas, Guimarães
Rosa
PorTatiana
Tiburcio
Não
há possibilidade de flertar com o mal e sair impune. Nem com o bem. Todos temos
os dois lados dentro de si na mesma medida. O grande desafio do ser humano é
saber equilibrar essa balança e é isso que tentamos durante toda nossa
caminhada e que chamamos VIVER!
Do
alto do monte para o qual Claiton foi levado para contemplar toda a ilusão de
poder e prazer, ele se dá conta do que deixou pra trás: amigos verdadeiros, uma
família verdadeira porque carregada de diversidades, qualidades e imperfeições
que se equilibram na medida certa ofertada pelo amor; ele deixou um amor
verdadeiro. Verdadeiro porque companheiro, amigo, guerreiro, sofrido, feliz.
Deixou tudo isso pela paixão. Esse sentimento que provoca deleite e perdição.
Que nos dá força para vingar, matar física e espiritualmente, para ir fundo na
empolgação de que se esta finalmente desabrochando pra vida quando na verdade
se afasta dela que com as mãos sempre estendidas tenta lhe trazer a razão. A
paixão sempre foi a pior conselheira. A paixão pelo outro, pela vingança, pelo
poder... a paixão. Ela cega, seduz,
engana e depois descortina a verdade provocando horror e perda àquele que
seduziu. E não adianta tentar chamar a razão, pois no momento da embriaguez os
valores são outros, a lógica se inverte, e tudo o que se apresenta como
contrário a ilusão, é rebatido com o desespero da sedução. É como uma droga que
no primeiro instante é só prazer e felicidade, mas quando o efeito passa tudo o
que você faz é usar cada vez mais tentando repetir aquela mesma sensação que
nunca será igual novamente e assim vai se perdendo e afundando mais e mais. Pior
do que se entregar a paixão é tentar sair dela, porque como um agiota ela lhe
cobra muito caro por todo prazer momentâneo proporcionado. É um corte na carne,
profundo, que cria cicatrizes das quais nunca se vai esquecer e que em alguma
medida sempre vai doer.
Mas
assim como o mal não deixa de nos cercar, o bem não deixa de nos proteger. É
justamente a união da família pelo aniversário do patriarca, na comemoração da
vida, que a morte se faz necessária para o renascimento. Quando todos os poderes
se unem através do rito e da tradição que evoca pela procissão e pelos tambores
sagrados a abertura dos caminhos, inundando as ruas por onde passa de
ancestralidade e juventude. Passado e presente convocados para a celebração e
resgate da vida que nunca termina, mas que se renova em um novo ciclo maior e
cada vez mais forte.
Nosso
herói busca o retorno quando se conscientiza que escolheu o caminho mais fácil.
Quando se aproxima de novo de tudo que perdeu e percebe como está sujo de corpo
e de alma.
É
preciso se limpar, se purificar, é preciso morrer pra nascer de novo, voltar e
continuar seguindo. E o demônio vem sorridente de Armani cobrar sua dívida e levar de volta tudo aquilo que deu
porque a ele foi entregue e este dá a quem quiser.
O
sol há de brilhar mais uma vez, a luz há de chegar aos corações.
Do
mal será queimada a semente, o amor, será eterno novamente
Nelson Cavaquinho